terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Capítulo 4. A Hopeless Disaster


Emily fuzilava Murdoc com os olhos. O irmão parecia furioso ao vê-la abraçada com 2D, e isso a fez dar um sorriso de lado meio irônico.
– Rindo de que, pirralha arrogante? - Murdoc a atacou
– De nada, Mudz. - ela falou e foi abraçada meio sem jeito por Cortez - Oi corvo, saudades?
– Lily! - Cortez fazia para a menina uma cara de criança birrenta abandonada - Você me deixou e ainda pergunta se tenho saudades? E ainda por cima volta com a garotinha que o Sr. Aphonce ai stalkeia!
Emily encarava Cortez, que havia largado-a ao falar isso, recebendo um tapa de Murdoc. A garota olhou o irmão, com um olhar provocante e brincalhão. 2D parecia assustado.
– E-e-esse é o cara que m-me s-se-se-gue? - o rapaz falou assustado.
– Sim, Stu - Emily soltou uma risada - Meu irmão parece que mudou de time! Se eu fosse você, corria também, corvo!
– CALA SUA BOCA, EMILY ROSE! - Murdoc imprensou a menina contra a parede. Eu o segui uma vez porque o ouvi cantar, e preciso de vocalista na minha banda...
– V-você tem uma banda? - 2D falou mais calmo.
– Tenho - Murdoc falou, soltando a irmã. - Se quiser dar uma ajuda, só aparecer.
O silêncio se instaurou entre os quatro. Emily ainda tinha um brilho provocante nos olhos e focou o irmão ao falar:
– Cortez, faça companhia ao meu noivo no corredor. Preciso falar com o Murdoc.
O corvo saiu e Emily alcançou a cama do irmão, se jogando nela.
– Privacidade é uma merda, sabia? - ela começou.
– Reparei, afinal, olha pra você! - Ele revirou os olhos.
– Não digo por isso, nem desse jeito. - ela revirou os olhos e sentou-se, dando espaço ao lado pro irmão. - Mas, depois de um tempo de intimidade, não existem segredos entre as pessoas. Por exemplo, sei exatamente quando você mente...
– E dai? - Murdoc engoliu em seco - Não menti agora a pouco pra você...
– Falei que foi agora a pouco? - Emily riu, divertindo-se sozinha - Reparei o jeito que você olha pro Stu... E te vi ontem olhando pra ele na rua. SABIA que era você, mesmo de capuz...
– Eai? Fará o que, Lily? - ele tremia, nervoso.
– Ser sincera com você. - ela sorriu e levantou - Conheci o Stu ontem. Trouxe ele aqui pra não parecer um fracasso nos namoros...
– Mas você já parece... - ele falou e recebeu um tapa
– Voltando ao assunto... Ele veio pra cá forçado. E, aceitou estranhamente isso tudo. Ainda não conversamos mas... Não vou forçá-lo a ficar comigo. Vou falar pro Jake que isso é uma farsa e vou sair daqui com ele.
– Ou não... - Murdoc levantou e puxou a irmã, sussurrando algo em seu ouvido.
Emily pareceu assustada a princípio, mas depois riu e acenou afirmativamente.
– Gostei da ideia Murdoc. Depois que eu fizer isso...
– Eu entro na jogada. Com uma ajudiiiiiinha sua...
– E quando não te ajudo, irmão? - ela beijou a bochecha de Murdoc e saiu, puxando-o junto com Cortez. - Devolvo seu corvo um dia, Mudz, agora ele vem comigo e com o 2D até o Jake!
E assim, o falso casal e o corvo subiram para o estranho, mal iluminado e bizarramente decorado quarto de Jacob Niccals...
Ele simplesmente olhou os três e fez sinal para a mesa de jantar. Depois de dois minutos os dois irmãos de Emily subiram, e ai sim começou o desastre de verdade.

Capítulo 3. Me, my man and my brother...


(2D POV)
Sinceramente? Não entendi nada do que a verdinha estava fazendo. De repente, eu virei NOIVO DELA, agarrando-a no CARRO DELA, e sendo interrompido pelo IRMÃO DELA...
Mas, como eu não sou mesmo um cara que entende tudo de primeira, fiquei quieto. Será que eu aceitei casar com ela e esqueci? Estranho...
Entrei na casa estranha sendo puxado por ela pela mão.
– Paai? Pai? - Emily falava calma, até que de repente... - JACOB! PORRA! CHEGUEI, CARALHO! APARECE!
Emily berrava para o interior da casa, não reparando o homem ao nosso lado na porta da cozinha. Ele tinha um nariz estranho, um sorriso de lado e um visual meio punk.
– PARA DE BERRAR, MERDA! - o cara gritou, olhando Emily e, em seguida, voltando-se para mim. - O Jake tá lá em cima. E, quem é sua amiga?
Emily me envolveu num abraço, retribui e ela lançou um olhar furioso ao irmão.
– Hannibal, acho que a prisão te deixou meio cego. Ele é o Stuart, meu noivo!
– Noivo? - Hannibal riu abertamente - Tá mais pra noiva com essa cara de assustado! Ah, foda-se, quem vai casar com a mulherzinha é você mesmo, não eu... - ele voltou a me olhar - Sou o irmão dessa coisa, Hannibal Niccals.
– Coisa não! A Emily é minha noiva, e uma ótima mulher - Tentei ser firme ao falar - Prazer, Stuart Tusspot.
Emily me puxou, dizendo para irmos conhecer o resto da casa até o Sótão, quarto do pai dela.
(Murdoc's POV)
AH, MERDA! A EMILY E ELE? COMO EU NÃO OS VI JUNTOS ANTES? Deve ter sido nas horas que eu fui fumar ou encontrei alguma vadia e... Mas isso não importa! O cara que eu quero, digo... Pra vocalista da banda, quer casar com a maior topeira que eu já vi na vida!
Me joguei na minha cama, encarando o teto. Depois de um tempo, resolvi pegar uns dardos e ficar jogando numa foto do Damon Albarn que eu tinha na parede... Nada melhor do que descontar a raiva na foto de um metidinho a besta...
Meu corvo, que estava voando sobre minha cama, de repente, voltou a forma humana.
– Pessoas se aproximando, Murdoc. - Cortez falou, atacando uma cesta de olhos ao lado da minha cama.
Encarei a porta ao ouvir as vozes: Emily e o cara.
– E esse, é o quarto do meu irmão babaca que nos interrompeu lá no carro.
Lancei um dardo ao lado da porta, onde ela estava parada. Ela se assustou e o idiota de cabelo azul a empurrou para o lado. Que merda, errei o alvo!
– Você é louco? Ela é sua irmã! - ele falou me olhando em reprovação
– Grande coisa! - rebati - E você, quem é? Com essa carinha de idiota...
– Meu noivo, Lamas! - ela falou. - Stu, esse é o Murdoc. E aquele, devorando os olhos ali, é o corvo dele, Cortez.
E a partir dai é que começou a dar merda em tudo... E a noite se tornou um desastre. Qual a surpresa?

Capítulo 2. Family and... Marry me?


Emily estava sentada no chão da sala quando acordou no dia seguinte. "Dormi recostada a uma parede?" Ela pensou, mas logo esse pensamento saiu de sua mente, quando sentiu o corpo de alguém atrás dela.
Ao virar-se, ela encontrou o tal garoto, Stuart, que esbarrara nela, dormindo contra a parede, enquanto a abraçava.
Ela olhou para o corpo dele: estava sem blusa.
Ela olhou o próprio corpo: estava de lingerie, podia sentir isso. Por cima delas, a blusa dele com uma estampa de zumbis.
Aflita, ela sacudiu o garoto de um lado para o outro, a fim de acordá-lo.
- Stu-poooot! Acorda! O que aconteceu ontem?
- O que? - ele parecia confuso - Você não lembra?
- Não! - a pele da menina tornou-se um tom de verde pálido - Nós não...
- Não! - ele entendeu a mensagem dela. - Nós bebemos, quer dizer, você me deu um copo de vodca e bebeu o resto da garrafa sozinha. Ai, começou a tirar a roupa, ficou de calcinha e sutiã, e apagou.
- Eu... E POR QUE ESTOU COM A SUA BLUSA?
- P-posso t-terminar de explicar? - ele sorriu fraco, os olhos fitando os dela - Te coloquei na sua cama/colchão, mas você começou a tremer. Te acordei e coloquei minha blusa em você, que veio dormir no meu colo, deixando o colchão de lado.
Emily ficou corada. Ele não era seu tipo, mas algo na personalidade do garoto desajeitado a cativava.
- Desculpe - ela sorriu fraco - Com tantos términos de namoro tenho andado meio carente e tudo mais e...
- Sem problemas. - ele respondeu, soltando-a de seu abraço.
Os dois ficaram estranhos depois daquela conversa. Para tentar desviar-se dele, a garota levantou e foi até a cozinha. Eram onze e meia da manhã.
- AH MEU DEUS! TENHO QUE IR! - ela correu até um armário e puxou uma calça, uma blusa preta e um lenço vermelho com estrelas pretas
- O que houve? Por que está correndo? - o garoto, ainda sentado no chão do corredor, encarava-a correr para o banheiro para trocar de roupa
- TENHO UM ALMOÇO COM MEU PAI E MEUS IRMÃOS E... - ela lembrou-se que iria apresentar seu noivo, digo... Seu ex-namorado para a família. - MERDA!
- O que houve, pequena Lily?
- Ah, Stu-pot! É que eu... - ela olhou-o, sentado no corredor, encarando-a pronta e vestida - Quer saber? Está afim de vir comigo ver minha família?
- Eu? - ele ficou vermelho - Mas não tenho roupas aqui e...
- Não se preocupe. Pegue uma blusa do meu ex. Ele não vai usar mais mesmo, e nem eu devolverei nada aquele maldito ingrato de merda!
Meio assustado e sem entender a esverdeada, ele foi até o armário dela, puxou uma blusa preta normal e saiu com ela.
- Pra evitar ficarmos presos no dilúvio, que tal irmos de carro hoje? - ela acionou o alarme a os faróis de um new beetle roxo metálico piscaram - vem comigo, Stu!
Ela puxou o garoto para o carro e dirigiu por diversas ruas. Ficaram uma hora dentro do carro, ouvindo Marilyn Manson, sem se falarem. Ainda estava um clima estranho desde a cena pela manhã.
- Emily, er... E-eu...
A garota parou o carro e olhou o rapaz de cima a baixo.
- É ali - apontou uma casa escura espremida entre duas belas residências. - Mas, antes de ir...
Ela apertou a trava do cinto de segurança dele, que se soltou, juntamente com o dela. Emily subiu no colo dele. Ela pode ver que, da janela de sua casa, alguém os observava.
- O-o que você está fazendo, Emily? - Stu falou, ingênuo.
- Ah, Stu-pot, já que não fiz nada ontem, quero fazer hoje!
Ela começou a beijar o pescoço dele, que tentava pedi-la para parar.
- Quer mesmo que eu pare? Seu corpo diz o contrário... - e sem esperar resposta, ela o beijou. Ele segurou-a firme em seu colo, enquanto deixava sua língua explorar a boca dela.
Mas, algo os interrompeu. Batidas na janela, para ser mais precisa. Emily sorriu, sem fôlego, e encarou o irmão do meio, Murdoc, olhando os dois. Ela baixou o vidro e o cumprimentou.
- Ai o demônia menor, o Jacob mandou você parar de putaria e entrar com esse cara. - Murdoc olhava o rapaz com malícia, ciúmes e raiva ao mesmo tempo - Quem é?
- Eu sou Stuart.
- Esse é o Stu-Pot, Mudz - ela sorriu para o irmão, que odiava esse apelido. - Ele é o meu noivo.
- N-noivo? - Stuart gaguejara
- NOIVO? TÁ DE PUTARIA! - Murdoc gritara, gargalhando horrores.
- Não estou, Mudz. Eu e o Stuart vamos nos casar em um mês.
Vendo o irmão se afastar incrédulo e rindo, Emily estranhara a reação dele a história de seu casamento.
- Emily, - Stu falou envolvendo-a - Que história é essa de casamento?
- Te explico depois. - ela sorriu, abrindo a porta. - Quer conhecer seu sogro e seu outro cunhado? Vamos!
Puxando o rapaz de cabelos azuis pela mão, Emily adentrou a residência dos Niccals mais uma vez.

Capítulo 1. Short Dress and stupid boys!


(POV Emily)
Mais um fim de namoro. Mais um babaca que eu deixo pra trás. Por que será que eu só saio com caras assim? Se bem que, vendo os exemplos de homem que eu tive (Hannibal, Murdoc e Jacob), dá pra entender. Ah, os homens! Sempre fudendo minha vida!
Tirei meus sapatos e comecei a caminhar pela rua. Pra minha felicidade, a chuva do segundo dilúvio está caindo, e eu estou sem guarda-chuva. Estou há uns minutos caminhando. Meu vestido, já encharcado, está encolhendo pela quantidade de água que estou pegando. Minha maquiagem está toda escorrida pelo rosto. Meu dia tem como ficar pior? Valeu ai, carma, sua vadia velha!
(Narradora)
Emily andava desengonçada pela rua: com uma mão segurava seus sapatos de salto alto; com a outra, segurava seu vestido, tentando impedi-lo de não subir mais. Ela parecia uma prostituta falida naquele momento. Do jeito que ela estava, afastava qualquer pessoa de perto.
"Que bom" pensava "Pra me chamarem de dragão tribufu dos infernos não deve estar faltando nada!"
E enquanto ela praguejava mentalmente, um rapaz de cabelos azuis atravessou a rua correndo, esbarrando em Emily e quase derrubando-a. Se ele não a segurasse em um abraço forte, ela estaria caida bem na saída de esgoto.
- VOCÊ NÃO OLHA POR ONDE ANDA? - ela berrou.
- D-desculpe - ele falou nervoso, ainda segurando-a pela cintura - Não queria machucar você e... - Ele deu uma boa olhada nela. - E pode voltar para o seu trabalho!
Ela não entendeu o por que do "voltar ao trabalho". Ela o puxou até a frente de uma vitrine e viu seu reflexo.
"Ah, meu Deus! Estou parecendo uma mistura de puta, travesti e drag queen mal comida!"
- Você entendeu errado, garoto. - ela sorriu nervosa. - Não sou uma puta de rua. Meu nome é Emily Rose Niccals.
- Eu sou Stuart. Stuart Tusspot - ele apertou a mão da mulher e parou pensando - Seu nome é de uma mulher que morreu exorcizada, que bizarro! Não deve atrair muitos clientes, né? Só góticos e...
- EU NÃO SOU UMA PUTA! -ela berrou, e as poucas pessoas que passavam na rua, pararam para encará-la, deixando-a com vergonha.
Stuart, de repente, começou a olhar para os lados, deixando Emily curiosa. Ele não parava quieto, deixando-a mais confusa ainda.
- O que foi? Você bebeu? Está tendo alucinações? Fumou alguma erva nova?- ela sacudia o rapaz para os lados.
- Não - ele ficou paralisado, olhando em uma direção. - Mas aquele cara - Emily olhou um homem de capuz do outro lado da rua -Está me seguindo faz horas! Me ajuda!
Ela olhou o homem. Era impossível ver seu rosto, mas Stuart estava aterrorizado com sua imagem.
- Venha comigo. Já que estou indo pra casa e não vou ter mais a bixa do meu ex por lá, você pode ficar pra dormir.
Ela puxava o rapaz, também encharcado de chuva, pelas ruas
- Stuart Tusspot, Stu Tuss, Art Pot... - ela brincava com o nome dele - Stu Pot...
- O que está fazendo? - ele encarou-a enquanto ela procurava as chaves.
- Abrindo a porta, não está vendo?
- Não, - ele balançou a cabeça - falando meu nome!
- Ah, - ela sorriu - tenho que achar um apelido pra você, não é? Odeio chamar as pessoas pelo nome! E eu gostei do último! Vai ser Stu Pot! - ela subia as escadas para o segundo andar, abrindo a porta de seu apartamento.
- Meio vazio, não? - Stu encarava o local. A sala tinha uma tv e um colchão. O quarto só tinha o armário. A cozinha tinha o básico: geladeira, fogão, pia e armários. O banheiro era minúsculo.
- É o que eu chamo de lar. - ela sorriu - e o que uma caixa de supermercado pode conseguir aqui em Londres!
- Sei como é! - ele passou a mão pelos cabelos molhados e sentou-se no chão com ela - Eu ainda moro com minha mãe, mas trabalho em uma loja de música.
- Ah, família... - Emily revirou os olhos - Se você soubesse como é a minha...
E nessa conversa, eles seguiram aquela noite de tempestade.
(POV perseguidor)
Não acredito! Aquele idiota foi embora com uma garota que ele encontrou por acaso na rua!
Parece que é sacanagem, não? CARMA, VOCÊ É UMA MALDITA VADIA VELHA E MAL COMIDA!
E, por que, de todas as garotas no mundo, ele tinha que sair com a MINHA IRMÃ?
Essa pentelha só aparece pra acabar com os meus planos! Mas tudo bem, eu ainda vou sequestrar esse cara. Ele ainda vai ser meu. Digo... Ele ainda vai ser vocalista na minha banda!
Isso acontecerá, ou eu não me chamo Murdoc Niccals!

Capítulo 23. This is our Battle cry


Kerli não sabia mais o que dizer. Emilie a salvara da morte. Era grata por isso. Mas, por outro lado, se ela tivesse morrido, nada disso aconteceria. Infelizmente, não teria o Bryan ou a Emma, mas se veria livre da situação que estava agora. Uma de suas melhores amigas morta e sua filha nas mãos de um demônio psicopata.
- Kel, por favor...
- Emilie... – A garota falou pausadamente – sinceramente, não sei o que pensar. Te agradeço?! Te culpo pelo inferno que minha vida é?! Pela morte da Hayley e o sequestro da Emma?!
- Fique calma, Kõiv! – Jimmy apoiou as mãos sobre os ombros da garota, que recuou imediatamente.
- Calma nada! – a loira respondeu, soltando-se dele – ELA MERECE PAGAR PELO QUE ME FEZ! Eu surgi na vida deles graças a um maldito feitiço ou hipnose dele ou dela. Graças a eles eu estaria morta, ou teria virado uma aberração. E olha, a opção número dois não foi a melhor escolha!
- E O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA! – Emilie falou, suas lágrimas misturando-se à chuva – Não adianta gritar comigo! Eu queria que você sobrevivesse! Eu não sabia como sua vida seria! Me desculpe se achei que seria melhor para você viver e ter uma chance de ser...
- Feliz? – Brian completou – É tudo que nenhum de nós nunca mais foi depois de entrar no Waverly Hills. Quer saber de uma coisa? Por que não acabar logo com isso?
- Como assim? – Emilie indagou.
A hostile takeover,
An absolute rebellion to the end.
- Vamos atrás dele, Emilie. Ele quer você, então terá que batalhar para conseguí-la.
- Mas Syn, nossa filha... – Kerli choramingou.
- O risco é grande e o preço é alto Kerli. Mas você prefere o que? Entregar a Emilie a ele e esperar por compaixão? – Brian rebateu – Temos é que lutar, armar um jeito de chegar até ele. Não duvido que ele adoraria essa idéia de batalhar...
- Brilhante, gênio! E como faremos isso? –Johnny ironizou
- Pelo jeito, ele espera que o cara apareça aqui e diga “Oi, vamos lutar aqui e agora pra acabar logo com isso?”!- Zacky ria com Johnny
- Não, idiotas! Mas o que esse tal Andrea mais quer?
- A mim – Emilie falou, aproximando-se de Syn aflita – Vocês vão me entregar para ele?!
All the best that we can hope for is revenge
Syn sorriu. Ele havia acabado de descartar essa hipótese para Kerli, mas Emilie não parecia convicta daquilo.
- Sim e não.
- Eu sabia! Vocês vão me deixar morrer! Vão me entregar de bandeja para ele! E você dizendo que queria lutar! Grande covarde você é, Synyster Gates!
Ele segurou Emilie pelos dois braços, sacudiu-a de um lado para o outro e voltou a falar.
- Covarde? Emilie Autumn, cala essa merda dessa boca que hoje, eu tive minha filha seqüestrada, uma pessoa conhecida morta e ainda tenho que te aturar? E você sequer me deixou falar!
Todos olharam Brian com medo. Era palpável a raiva que ele sentia naquele momento.
- Enfim, - ele prosseguira – Vamos fazê-lo pensar que te entregaremos. Você mesma se entregará. Sei que você consegue localizá-lo. Vá até ele, ofereça-se como uma presa fácil.
- E então? – Kerli estava aflita.
-E então, amor, nós agimos. Acha realmente que ele se daria a esse trabalho todo somente para matá-la? Ele teve a chance e não o fez. Ele quer torturar a Emilie, fazê-la sofrer ou até mesmo ficar com ele novamente.
- Não vou ficar mais que um segundo com o Andrea, Gates! – a ruiva protestou.
Kerli, observando a discussão que se formava entre os dois, ficou quieta, quase que em sua própria bolha, simplesmente existindo ali, até o momento em que sua mão tocara algo dentro de sua mochila: o pergaminho que lhe fora entregue.
Ela se lembrou das palavras que ele dizia, claramente em sua cabeça. Frases soltas que, de certo modo, assumiam um novo sentido para ela.
“Tudo que ele busca, é vingança. Não importam os meios, nem quem ele venha a ferir, ele fará de tudo, pela vingança.”
“Cuide bem dela. Seu anjo da guarda e sua rival. Ela é a chave. Sem ela, nada mais existirá.”
“Não podemos olhar para o passado e desejar que ele mude sozinho. Precisamos interferir um pouco, algumas vezes...”
Ela ainda não achava sentido para a última frase. Mas depois de lembrar-se da segunda, ela alcançou as mãos de Emilie, em um gesto calmo e amigável e começou a falar.
- Emilie, você confia em mim?
- Kerli, eu... Confio de certo modo. Por que?
- Acredite em mim: Andrea não lhe matará. Eu te garanto isso porque eu a protegerei.
Emilie olhava incrédula para a garota.
- E como você vai fazer isso, Kel?
- Do mesmo jeito que o Andrea tem seus meios de persuasão, eu tenho os meus. Aceite a proposta do Syn e acredite: na hora certa, eles estarão com você, pois eu os chamarei.
Apesar de não entender, Emilie aceitou a proposta. Syn, desconfiado, começara a confirmar seu plano com Emilie.
O que nenhum deles esperaria é que Kerli iria trocar de corpo com Emilie no minuto em que ela fosse com Andrea.
I'm giving you a head start,
You're going to need it,
'cause I fight like a girl

Capítulo 22. More than alive


- ELE LEVOU A NOSSA EMMA, BRIAN! – Kerli berrava, sentindo sua garganta arranhar com cada grito. – E É TUDO CULPA SUA! – ela se lançou em direção a Emilie, que se encolheu em um canto da parede, e Jimmy pôs-se entre as duas.
- Kel, não vai adiantar nada isso! – ele falou, segurando-a - Ele está com a criança, e descontar na Emilie só vai acabar com a sua raiva, nada mais! Se acalma e respira.
Syn estava em choque. Ele puxou Kerli para perto de seu corpo e, junto a ela, começou a chorar. Ele olhava Hayley ali, morta. Ele pensava na sua pequena filha, idêntica a ele, assustada com um homem louco que habitava o corpo de um de seus melhores amigos... Era informação demais, até para alguém que viva num mundo como o dele.
- Me desculpa... – Emilie sibilou baixo, encostada na parede, sem olhar para a amiga.
- N-não é sua culpa, Emilie! MAS QUE MERDA! – Brian gritou – O que ele fez com a minha filha, meu Deus!
- Alguém ai é vidente pra saber? – Johnny indagou.
- Cala a boca, Johnny! – Zacky respondeu – O problema aqui é outro: não podemos mais fugir. Temos que ir atrás do Matt
- Andrea – Emilie corrigiu.
- Foda-se o nome! Ele está com a minha filha, Emilie! – Kerli falou. – Ele está certo – ela apontou para Jimmy, a culpa não é sua, mas temos que achar o Andrea agora. Não posso ficar sem minha pequena, Lilie.
Emilie se aproximou da amiga e abraçou-a.
- A culpa é minha sim, Kerli. Você não era para ser assim. Nenhum de vocês deviam vir para cá. Todos acabaram aqui comigo. Eu fui egoísta o suficiente para não conseguir viver sozinha, e esconder vários segredos por anos...
- Emilie, - Kerli falava, tentando se recompor- Acalme-se. Agora, tudo está limpo e nós já sabemos de tudo, querida. Vamos passar por isso juntas.
- Nem de tudo, Kerli. – a ninfa afastou-se da súcubus, dando espaço para ela sentar-se no chão. – Vamos fechar esse lugar e sepultar a Hayley. Ela merece algo digno, não ficar largada nessa cama para que pirralhos a encontrem.
Zacky e Johnny pegaram o corpo de Hayley. Era perturbador ter que mexer no corpo dela, com os olhos abertos e fixos para cima. Parecia que ela os encarava com aquele sorriso macabro o tempo todo. Eles cruzaram os braços dela sobre o corpo, colocaram um pano preto sobre seu rosto e a enrolaram em um lençol branco. Jimmy, Zacky, Johnny e Syn levaram a garota para o lado de fora e cavaram, os quatro juntos, uma cova para ela.
Enquanto isso, Emilie e Kerli fechavam as portas do Instituto, com um peso enorme no coração. Nenhum dos seis trocava nenhuma palavra. Eles terminaram a cova, colocaram o corpo ali e se entreolharam, esperando quem começaria. Kerli, por conhecê-la a mais tempo, tomou a frente dos amigos.
- Minha pequena, você não podia ter ido assim. Matar uma criatura, qualquer que seja, é um pecado. Matar uma fada, uma das criaturas mais puras do mundo, é uma passagem para o inferno. Me desculpe por ter te envolvido nisso. Eu te amo, minha amiga boba.
Com um choro preso na garganta, ela voltou para o lado de Syn e Emilie se aproximou.
- Me desculpe envolvê-la nisso tudo – ela chorava baixo – Com certeza, você nem nenhum deles merecia. – ela respirou fundo – Espero que você descanse em paz, garota. Com certeza, você estará melhor longe de toda essa história.
Juntos, os quatro rapazes pronunciaram um “Descanse em paz, Hayley Williams” e começaram a sepultá-la. Emilie e Kerli vocalizaram em coro a marcha fúnebre, chorando abraçadas.
Após toda a terra jogada sobre o corpo, uma fina chuva começara a molhar os seis parados ali. Emilie começava a andar, com a intenção de pegar sua bolsa para começarem a caminhar, mas Kerli a parou.
- Conte o último segredo, Autumn – ela limitou-se a dizer.
- Kerli, é melhor não e...
- Fale logo! – os cinco falaram juntos para ela.
Sentindo suas lágrimas e a chuva se misturando, ela começou a falar.
- Kerli... Você lembra de que me contou de um período de amnésia que você teve?
- Aham, lembro. Por que? – Ela parecia feroz em sua fala.
- Por favor, me perdoe. E não fale nada, apenas escute.
Emilie tomara fôlego, e resolvera falar tudo de uma só vez.
- Lembra que eu disse que Andrea matou uma garota? Uma linda garota loira...
- E o que isso tem de novo, Emilie? Você já nos falou e... – Syn paralisou ao ligar os fatos.
- Ela não morreu, Gates! Na hora em que eu a coloquei no armário do hotel, Andrea não estava comigo. Eu, na verdade, deixei-a na cama, respirando fraca e secamente, e vi que ela estava se curando. Eu senti os poderes de cura emanando dela, então saí antes que ela despertasse. Eu sabia que ela não se lembraria de nada.
- E eu acordei da minha amnésia somente vestindo uma blusa e uma calcinha em um quarto de hotel. – Kerli estava chocada. – Quer dizer que...
- Isso mesmo. Você é a garota que Andrea não matou, e que eu também neguei-me a matar. Você merecia viver. Você é a menina que eu salvei secretamente, Kerli.
A chuva caia agora pesadamente, mas nenhum deles, já encharcados, se importava. A verdade ali era bem pior do que a água que caia e feria-os violentamente vinda do céu.

Capítulo 21. Say goodbye to everything


- Uma guerra? Emilie, ele é o seu ex-namorado, buscando vingança. Não acha que ele iria querer lutar só contra você?
- Ah, Brian... – A ruiva suspirou – Se fosse tão simples assim... Já vi pessoas morrerem nas mãos dele por não terem retribuído um “oi” que ele deu, por terem brigado por algo fútil e por coisas menores. Realmente acha que vocês, pessoas que viveram comigo por todos esses anos, estarão sãos e salvos?
- E por que não? – Zacky interferiu – Emilie, você viu o que esse cara fez com você em pouco tempo. O que ele seria capaz de fazer a todos nós se tivesse a chance?
- Ele está certo. – Kerli falou, depois de muito tempo em silêncio ouvindo reclamações dos outros – Não podemos partir para um confronto direto contra o Andrea/ Matt. Isso seria quase como um assassinato em massa voluntário.
- O QUE VOCÊ SUGERE? – Emilie rosnou entre lágrimas, tremendo – Que eu me entregue para ele e morra? Essa é a solução em que vocês querem chegar?
- Não, Emilie, de jeito nenhum! – James tocou o ombro da amiga – Vamos chegar a uma solução, não vamos?
Todos se entreolharam. Um silêncio pesado se estabeleceu na sala, sendo o único barulho ali, as lágrimas de Emilie.
- Eu falei que um confronto direto não seria a solução, não que te deixaríamos morrer, Lilie – Kerli sorriu. – Vamos sair daqui. Ele saberia seu paradeiro facilmente se ficarmos no Instituto, ai sim você se entregaria. Vamos sair daqui.
- Mas, e os outros? – Johnny aproximou-se da beirada da cama – Não vai me dizer que vocês pensam em fugir com sei lá quantos milhões de pessoas!? Nada suspeito, nada suspeito. Nem fácil de achar!
- Ironias pra que,né? – Synyster riu. – Mas acho que não é esse o plano da Kerli.
- Emilie, você sabe o que devemos fazer,não sabe? – Kerli entrelaçou sua mão direita a da ruiva, que pressionou a mão da amiga como resposta.
- Sei sim. Mas precisamos nos arrumar para isso.
E, em um acordo silencioso, Emilie enxugou seus olhos, levantou-se e, passando seu braço pelo de Kerli, saiu junto a loira para o Instituto. Sem entender direito as duas, os rapazes as seguiram.
- Eu só queria entender o que elas vão fazer... –Zacky soltou o comentário.
- Jura que ainda não entendeu? Tá faltando parafuso ou seu cérebro não pega no tranco nunca, Vengeance? – Syn riu
- Valeu, fodão! Vai dizer que você sabe o que elas estão fazendo agora?
- Tenho uma vaga ideia, mas acho que sei muito bem o que elas vão fazer.
E sem mais objeções ou comentários, os seis seguiram para o vestiário do Instituto. Kerli vestiu-se com uma roupa branca totalmente colada ao seu corpo. Emilie colocou um top branco, com mangas compridas, uma saia branca cheia de trapos e meias listradas em vermelho e branco. As duas estavam perfeitas, mas aquela cena a seguir não seria.
Sentindo que também deveriam se arrumar, os rapazes se vestiram todos de preto, dando o contraste perfeito com as duas garotas. Todos seguiram até a porta do Instituto, vendo o sol começar a raiar e seus “pupilos” surgirem da floresta com os raios dourados tocando-lhes as faces.
Carpe Diem,Plague Rats! – Emilie bradou, recebendo sua resposta.
- Integrity, Love and Union, Moonchilds!
Todos responderam Kerli fazendo os símbolos dos Moonchild.
Sentindo que aquele momento já estava tornando-se inevitável, elas entrelaçaram as mãos, os rapazes atrás delas como seguranças, e resolveram falar.
- Moonchilds, Plague rats, temos uma notícia para vocês – Kerli falou. – Hoje foi a última noite do Instituto. Estaremos fechando as portas deste lugar hoje. Pedimos para que vocês saiam imediatamente, por motivos de força maior.
- Se quiserem garantir o bem estar de vocês e sua sobrevivência, isso é necessário! – Emilie afirmou.
- Emilie, desde quando surgiu essa ideia? Por que temos que ir? – um plague rat de cabelos verdes espetados berrou em direção à sua líder.
- Eu não lhe devo satisfações! Na verdade, a nenhum de vocês – ela rosnou – Simplesmente, obedeçam nossas ordens!
Vendo a seriedade no rosto de Autumn, os Plague rats entraram no Instituto, buscaram suas coisas e saíram, um por um, para direções diferentes. Era estranho vê-los partir. Para Emilie, eles eram sua vida. Mas agora, ela tinha mais pessoas para proteger, e não poderia garantir a segurança de todos eles se todos ficassem ao seu redor. “É melhor assim” pensou. “Desse modo, vocês estarão livres do perigo que é viver comigo. Me desculpem por tê-los atraído até aqui e por abandoná-los agora, mas é preciso”. As palavras que ela precisava dizer passavam em sua mente. Era melhor eles partirem com sua imagem de seriedade e ferocidade do que com sua imagem boa e pura, há muito tempo escondida.
- Muito bem, Moonchilds, sua vez. – Kerli sorria para seus pupilos, vendo-os chorando ou simplesmente, com um sorriso fraco e triste no rosto.
- Kerli – Syn tocou o ombro dela. – Eu vou com os caras soltar os “convidados” que estão presos. Vá pegar a Emma com a Hayley, tudo bem?
- Claro, pode deixar. Venha comigo, Emilie.
Kerli segurou a ruiva e puxou-a até o andar dos Moonchild. Ela procurou Hayley por todos os cantos, mas não a encontrava. Até que um grito ecoou pelo quarto feminino, fazendo Kerli gelar e Emilie arregalar os olhos.
Aquele não fora um simples grito. A voz que o soltara continha um pavor implícito, com um certo tom de medo exagerado. As duas correram e encontraram Krysta, uma centauro-adolescente de dezesseis anos, parada em frente a cama de Hayley.
Ao encostar nos pés gelados da ruiva deitada, Emilie não quis olhar para o rosto. Kerli, no entanto, visualizou Hayley com os braços cortados ao lado do corpo, Sua boca rasgada de orelha a orelha, formando um sorriso macabro em seu rosto morto. Suas pálpebras haviam sido arrancadas, o que fazia seus olhos vidrados no teto horripilarem a todos presentes na sala. Um corte profundo bem no centro de sua garganta indicava a causa de sua morte.
- Meu Deus! Hayley! – Kerli a olhava sentindo mil lágrimas caindo freneticamente dos seus olhos. – O que fizeram com você, minha preciosa?
Emilie encarou um dos braços, com um punho cortado e fechado. Evitava olhar o rosto, ele lhe causava arrepios, mas ela abriu o punho, e da mão do cadáver, caiu um bilhete.
- Kerli, veja isso – Emilie puxou a carta, embrulhada em sangue.
Todos que estavam no quarto começaram a sair com pressa, com medo do que estava por vir, mas as duas ficaram ali, lendo o bilhete.
“Olá, Kerli e Emilie,
Sei que serão vocês duas que vão encontrar meu bilhete. Ele me falou. Espero que eu não esteja assustando vocês. Ele disse que, quando terminar, eu ficarei bem bonita. Meus olhos ficarão parecidos com os olhos dele, quando você o matou, Emilie.
Kel, eu tenho pena de você. Por que foi se envolver com a Autumn? Você merece sofrer por isso. Eu concordo com ele. Por isso, sua filha está em boas mãos agora com o Matt.
E quanto à você, Emilie, você vai morrer como a maldita cadela do inferno que você é!
E não fiquem horrorizadas com o que estou escrevendo, ele me obrigou a dizer todas essas verdades para vocês.
Espero que apodreçam junto com os outros bestinhas que seguem vocês! (Brian, Zachary, Johnny e Jimmy)
Nos vemos no inferno!
Hayley”
Era impossível não imaginar a dor e o sofrimento de Hayley ao ter escrito aquilo.Emilie sabia o modo como Andrea torturava quem se opunha a ele.
- O que foi? – Jimmy entrou na sala correndo – ouvimos um grito lá de baixo, vimos pessoas correndo e...
As duas saíram da frente do corpo, dando visão do horror dele para os quatro.
- Ah, meu senhor! O que aconteceu aqui? – Zacky virou o rosto da imagem para falar.
- Nossa filha, Brian – Kerli se atirou nos braços de Syn, em lágrimas – O maldito do Matt está com a nossa Emma!